Este é um espaço virtual para informações sobre diversas expressões juvenis.

O Protagonismo Juvenil é um tipo de ação de intervenção no contexto social para responder a problemas reais onde o jovem é sempre o ator principal. É uma forma superior de educação para a cidadania não pelo discurso das palavras, mas pelo curso dos acontecimentos. É passar a mensagem da cidadania criando acontecimentos, onde o jovem ocupa uma posição de centralidade. O Protagonismo Juvenil significa, tecnicamente, o jovem participar como ator principal em ações que não dizem respeito à sua vida privada, familiar e afetiva, mas a problemas relativos ao bem comum, na escola, na comunidade ou na sociedade mais ampla. Outro aspecto do protagonismo é a concepção do jovem como fonte de iniciativa, que é ação; como fonte de liberdade, que é opção; e como fonte de compromissos, que é responsabilidade. Na raiz do protagonismo tem que haver uma opção livre do jovem, ele tem que participar na decisão se vai ou não fazer a ação. O jovem tem que participar do planejamento da ação. Depois tem que participar na execução da ação, na sua avaliação e na apropriação dos resultados. Existem dois padrões de protagonismo juvenil: quando as pessoas do mundo adulto fazem junto com os jovens e quando os jovens fazem de maneira autônoma.

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Quarta- Feira, 21 de maio de 2008

Jornal do Brasil

Emprego cada vez mais difícil para estudantes

Quem sonha terminar a faculdade e ingressar no mercado de trabalho pode começar a se preocupar. Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revelou que o desemprego entre jovens de 15 a 24 anos é 3,5 vezes maior que entre os adultos com mais de 24 anos.

Segundo o estudo, a falta de experiência influencia na decisão das empresas. Mas o próprio jovem não se sente capacitado para ingressar em um mercado de trabalho mais competitivo. Jorge Luiz de Paiva Filho tem 24 anos e faz faculdade de Cinema. Apesar de não figurar na lista de desempregados, Jorge trabalha de garçom em um restaurante, profissão sem a menor relação com a sétima arte.

– Falta experiência e oportunidade para os jovens. Não adianta ser bom, tem que ser o melhor – afirma Jorge. – Quero ser diretor, mas dentro da área de cinema, quase tudo serve.

Falta informação

Para Gustavo Machado, estudante de Jornalismo, não é só a falta de experiência e de oportunidade que aumentam no desemprego da juventude. A pouca informação é ainda outro problema que atinge o jovem brasileiro.

– Muitos jovens não têm informação – diz Gustavo, que não se preocupa com as estatísticas do Ipea, já que é estagiário na área de jornalismo. – Nunca pensei muito no desemprego. Quando se está no mercado, a tendência é continuar.

Entretanto, Gustavo pode se surpreender. Uma das razões para a juventude estar sem emprego é o custo das empresas com o corte de pessoal. De acordo com técnicos do Ipea, gasta-se menos para demitir um jovem do que um adulto

Luiz Paulo Vianna, estudante de propaganda e marketing, tem 20 anos e está terminando a faculdade, mas continua desempregado. Porém, diferente de Gustavo, Luiz acha que o jovem é bem informado.

– Hoje, com a internet temos vários meios de pesquisa, o jovem não é mal-informado. Acho que falta oportunidade e até experiência. O ensino público é ruim, com certeza isso influência no desemprego.

Ele pode ter razão. De acordo com o estudo só 12,7% dos jovens de 18 a 24 anos cursam o ensino superior, o que chama a atenção para mais de 85% da juventude estarem excluídos do ensino superior.

Brasil é líder no desemprego

Ipea mostra que quase metade dos jovens não tem trabalho

Quase metade (46,6%) da população brasileira entre 15 e 24 anos, hoje estimada em cerca de 40 milhões de indivíduos, está sem emprego. Deste contingente, 9,7 milhões vivem em famílias com renda per capita de até meio salário mínimo (R$ 207,50), 12,5 milhões não tinham concluído o ensino fundamental e 1,4 milhão é constituído por analfabetos. Estes são alguns dos resultados da pesquisa juventude e políticas sociais, elaborada pelos economistas do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) Jorge Abrahão de Castro e Luseni Aquino.

Diretor de Estudos Sociais do Ipea, Jorge Abrahão adverte que os resultados evidenciados pelo estudo representam quadro alarmante quanto à concretização do respeito aos direitos humanos de parcela expressiva da juventude brasileira.

O mais grave é que o desemprego entre jovens da faixa etária pesquisada é 3,5 vezes maior do que entre adultos com mais de 24 anos, e esta proporção vem aumentando continuamente. Em 1990, era de 2,8 e, em 1995, 2,9 maior.

Destaque negativo

Pelos dados da Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílio (PNAD) de 2005, a proporção de jovens brasileiros desempregados – 46,6% – é a maior no grupo de 10 países pesquisados para efeito de comparação: México (40,4%), Argentina (39,6%), Inglaterra (38,6%), Suécia (33,3%), Estados Unidos (33,2%), Itália (25,9%), Espanha (25,6%), França 22,1% e Alemanha (16,3%). Para os dois economistas do Ipea, o desemprego entre os jovens é maior porque eles são demitidos com ônus menor e considerados menos importantes na produção devido à sua menor experiência.

Opinando sobre o estudo, Luiz Bello, do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística, agrega outro dado à questão: por terem, em regra, menores compromissos familiares, os jovens recém-formados, por exemplo, podem se permitir não ingressar no primeiro emprego que apareça, dando estrita preferência a sua especialidade. Já nas faixas de maior idade não é incomum o indivíduo aproveitar qualquer oportunidade de trabalho, em vista de compromissos familiares acumulados.

No que se refere à educação de nível superior, e tomando como universo de comparação os países da América Latina e do Caribe, o Brasil está em último lugar. O número de brasileiros com idade entre 20 e 24 anos que freqüenta a universidade é de apenas 213 por grupo de 10 mil habitantes. Menos que a Colômbia (232), México (225), Argentina (531), Bolívia (347) e Venezuela (389)

Condições sociais perpetuamas desigualdades no Brasil

A alta taxa de desemprego juvenil, segundo Jorge Abrahão e Luseni Aquino, mesmo na faixa abaixo de 17 anos, indica que grande parte das famílias não têm meios de manter os jovens fora do mercado de trabalho até que completem o ensino médio.

"A magnitude crescente do fenômeno faz suspeitar que haja dificuldades cada vez mais pronunciadas para jovens realizarem a transição da escola para o mundo do trabalho", destaca o estudo dos economistas do Ipea.

Fenômeno global

O trabalho ressalva ainda que o fato de os jovens representarem parcela cada vez maior no contingente de desempregados não é típico apenas do Brasil ou da América Latina. O cotejo de dados deixou claro que a taxa de desemprego juvenil registrada no Brasil – a partir de estimativas formuladas com base na PNAD e na Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE – hoje é de 19%, menor do que as da Itália (24%), França (23%), Suécia (22%), Aergentina (24%), e Espanha (20%). Com taxas menores do que as brasileiras aparecem México (7%), Estados Unidos (11%), Inglaterra (12%) e Alemanha (15%)

Os dois coordenadores do trabalho citam indicadores de acesso dos jovens aos direitos sociais, culturais e econômicos, contidos no Informe sobre a juventude Mundial de 2005 da Organização das Nações Unidas, mostrando um quadro desolador da não-concretização de direitos humanos para grande parte da juventude do mundo.

De acordo com o documento, de um total de 1,2 bilhão de jovens nos dois hemisférios, 200 milhões sobreviviam com menos de US$ 1 por dia, 88 milhões não tinham empregos e 10 milhões portavam o vírus da Aids.

Herança

Outro ponto em destaque no trabalho apresentado pelo Ipea é que os jovens, em geral encontram disponíveis apenas ocupações precárias, normalmente de curta duração. "Isto não seria um problema em si, caso as famílias desses jovens pudessem custear a busca por empregos melhores ou a extensão de seus conhecimentos ou, ainda, se os jovens pudessem acumular experiência em empregos de curta duração."

"No entanto", mostra ainda o estudo, "o que acontece para a maioria dos jovens oriundos de famílias assalariadas e de baixa renda é que eles ficam circulando entre ocupações de curta duração e de baixa remuneração, muitas vezes no mercado informal de trabalho. Além de não favorecer a conclusão da educação básica, esta experiência é avaliada negativamente pelos empregadores. Este processo reproduz, na existência desses jovens, desigualdades sociais herdadas da geração anterior".

JC Online

Desemprego brasileiro é maior entre os jovens

Segundo a pesquisa juventude e Políticas Sociais no Brasil, apresentada ontem pelo Ipea, quase metade (46,6%) dos desempregados do País estão localizados na faixa etária entre 15 e 24 anos

RECIFE e SÃO PAULO – Quase metade dos desempregados brasileiros (46,6%) tem entre 15 e 24 anos. O desemprego nessa faixa etária é 3,5 vezes maior do que entre adultos com mais de 24 anos. A informação faz parte do estudo apresentado ontem pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que aponta ainda que a situação da juventude brasileira tem piorado nos últimos anos: em 1995, o índice de desemprego era 2,9 vezes menor entre jovens de 15 a 24 anos em relação a adultos maiores de 24 anos. Em 1990, o mesmo índice era de 2,8.

De acordo com os técnicos do Ipea, o desemprego é maior entre os jovens porque, nas ondas de demissão, eles acabam demitidos a um custo mais baixo para as empresas. Os jovens também são considerados "menos essenciais" ao funcionamento das firmas já que têm menos experiência.

Sandra Maria Torres, de 25 anos recém-completados, está desempregada desde fevereiro, quando seu contrato temporário com uma loja de departamentos foi encerrado. Mas antes disso teve empregos fixos como vendedora em outros estabelecimentos comerciais, sendo dispensada "por não atingir as metas".

Ela considera justamente a falta de experiência como principal obstáculo para conseguir um emprego, além das exigências de qualificação. "Estou fazendo vários cursos de capacitação. Conclui agora há pouco o curso de recepcionista da Agência do Trabalho e estou fazendo um de telemarketing na esperança de conseguir alguma coisa", comentou.

O estudo comparou a porcentagem de jovens entre o total de desempregados de outros países com os índices brasileiros. Enquanto no Brasil a taxa é de 46,6%, na Argentina é de 39,6%, no Reino Unido é de 38,6%, nos Estados Unidos, 33,2%, na Alemanha 16,3%. O país que mais se aproxima dos Brasil, entre os pesquisados, é o México, com 40,4% de jovens nessa idade entre o total de desempregados.

Na Espanha, país com o qual recentemente o Brasil teve uma crise diplomática em razão de suposta imigração ilegal, o índice é de 25,6%. A pesquisa juventude e Políticas Sociais no Brasil foi organizada pelos especialistas Jorge Abrahão de Castro e Luseni Aquino.

Valor Econômico

Desemprego atinge 46% dos jovens

O desemprego entre os jovens brasileiros de 15 a 24 anos é 3,5 vezes maior que entre os adultos com mais de 24 anos. Esse índice vem aumentando nos últimos anos. Em 1995, representava 2,9 vezes o desemprego adulto, e em 1990, 2,8 vezes. O levantamento é da pesquisa "juventude e Políticas Sociais no Brasil", organizada por Jorge Abrahão de Castro e Luseni Aquino, técnicos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Em 2005, a participação dessa faixa de jovens no total de desempregados no Brasil (46,6%) foi a mais alta entre dez países pesquisados: México (40,4%), Argentina (39,6%), Reino Unido (38,6%), Suécia (33,3%), Estados Unidos (33,2%), Itália (25,9%), Espanha (25,6%), França (22,1%) e Alemanha (16,3%).

Os técnicos do Ipea constataram que o desemprego é maior entre os jovens porque são demitidos por um custo mais baixo para as empresas.

O Globo

Juventude desempregada

Um em cada dois brasileiros que estão desempregados hoje tem entre 15 e 24 anos. A conclusão é de um estudo do Ipea. Essa proporção é a mais alta entre os dez países analisados numa pesquisa que inclui Argentina e México. Jovens mulheres (especialmente com filhos) e moradores de periferia estão entre os mais prejudicados.

juventude sem trabalho

Ipea mostra que metade dos desempregados no país é jovem, pior nível entre 10 países

Praticamente metade dos desempregados brasileiros é jovem. Do total de pessoas desocupadas do país, 46,6% têm entre 15 e 24 anos, revela o estudo "juventude e Políticas Sociais no Brasil", divulgado ontem pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), órgão subordinado ao ministro do Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, Roberto Mangabeira Unger. A proporção de jovens entre os desempregados é a mais alta entre os dez países analisados na pesquisa, que inclui nações em estágios de desenvolvimento econômico semelhantes ao do Brasil, como Argentina (39,6%) e México (40,4%).

Desde 1985, a taxa de desemprego juvenil nacional não parou de crescer, passando de 6% para 19% em 2005 - quase o triplo do nível de desocupação dos jovens mexicanos (7%). Atualmente, no Brasil, o desemprego entre aqueles que estão iniciando sua vida profissional é 3,5 vezes maior que entre os adultos com mais de 25 anos. O índice vem aumentando desde 1990, quando era de 2,8.

Segundo o Ipea, um dos fatores que explicam o desemprego alto entre os jovens é o custo menor de demissão desse segmento. Além disso, eles são considerados menos essenciais pela falta de experiência profissional. O estudo destaca que os jovens que enfrentam mais dificuldade para arranjar trabalho são os de baixa escolaridade, as jovens mulheres (especialmente com filhos) e os moradores de periferia. O técnico de Planejamento e Pesquisa do Ipea Roberto Gonzalez diz que muitos jovens precisam abandonar os estudos para buscar emprego devido à pobreza familiar, sendo levados a atividades precárias.

- Quem está completando o ensino médio nem deveria estar buscando emprego, mas o faz por questão de sobrevivência. O jovem de baixa renda acaba circulando de um emprego informal para outro e nunca consegue abandonar esse ciclo por causa da falta de estudo - afirma.

"Mais velhos estão sendo contratados"

Em 1985, os jovens representavam quase 60% dos desempregados brasileiros. A proporção veio caindo ao longo dos anos 90, até chegar a 43,8% em 2000, e voltou a subir para 46,6% em 2005. De acordo com Gonzalez, a queda do número de jovens desocupados na década passada não significou uma melhora da sua inserção no mercado de trabalho:

- O que aconteceu foi o aumento do desemprego entre adultos, e não a diminuição do desemprego entre jovens. A situação ruim da economia na década de 90 levou à demissão dos adultos. Agora a economia está crescendo e gerando postos de trabalho, mas são os mais velhos que estão sendo contratados O desemprego está diminuindo, mas menos entre jovens.

Gonzalez afirma que, para reduzir a desocupação juvenil, é preciso promover simultaneamente a escolarização, a profissionalização e a ampliação do acesso ao mercado de trabalho, com incentivos à contratação de jovens. No estudo, os especialistas do Ipea dizem ainda que é "importante não restringir a atenção (das políticas públicas) apenas ao momento de entrada, e pensar em oportunidades de educação e requalificação continuada". A pesquisa chama a atenção para a necessidade de se criar incentivo financeiro - via bolsas - evitando que os jovens abandonem cedo a escola e cursos profissionalizantes para empregos de curta duração.

- Cursos que desenvolvem habilidades específicas não solucionam o problema. A escolarização é muito importante. A maioria dos jovens brasileiros não concluiu o ensino médio - frisa Gonzalez.

Ainda estudando, Camila Cristina de Oliveira, de 19 anos, está à procura de emprego há dois meses. Mesmo tendo feito um curso de camareira para trabalhar em hotéis, as oportunidades não surgem:

- Como não se tem experiência, não tem oportunidade. Querem mais de um ano na carteira para comprovar experiência - lamenta.

Gazeta Mercantil

Cresce desemprego entre jovens, diz IPEA

Brasília, 21 de Maio de 2008 - O Brasil tem a maior taxa de jovens desempregados do mundo, entre dez países consultados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). E a idade de quase metade dos desempregados varia de 15 a 24 anos. Nessa faixa etária, o desemprego é 3,5 vezes maior do que observado entre os adultos com mais de 24 anos no País. O índice cresce a cada ano, pois em 1995 a diferença era de 2,9 vezes e em 1990, 2,8 vezes, conforme mostra a pesquisa "juventude e políticas sociais no Brasil", realizada em 2005, 51,1 milhões de pessoas entre 15 e 29 anos.

Demonstrando preocupação, o Ipea defende uma política específica para atender a juventude brasileira, a fim de reduzir o desemprego e as desigualdades, já que é esse público que definirá o futuro econômico do País.

A taxa de jovens desempregados no Brasil é superior a de vizinhos latino-americanos, como México, de 40,4%, e Argentina, de 39,6%. A distância é maior quando se compara a países desenvolvidos, como Reino Unido, cuja taxa é de 38,6%, Suécia, como 33,3% e Estados Unidos, onde a proporção é de 33,2%). Na Itália o desemprego entre os jovens atinge 25,9%), enquanto na Espanha chega a 25,6%. Na França, o percentual é 22,1% e na Alemanha, 16,3%.

Os técnicos do Ipea constataram que o desemprego é maior entre os jovens porque são demitidos por um custo mais baixo para as empresas e também porque elas os consideram menos "essenciais" devido à menor experiência.

A preocupação com o jovem não resume apenas ao trabalho. O técnico de planejamento e pesquisa do Instituto, Roberto Gonzalez, destaca a necessidade de criar uma política específica ampla que inclua também a saúde, por exemplo.

"Precisa se criar uma política que seja capaz de incluir os jovens no mercado de trabalho sem haver o abandono à educação", disse. "E é preciso se preocupar também com à gravidez e a Aids, por exemplo", acrescenta Gonzalez.

A pesquisa mostra que os jovens de hoje usam mais camisinha em relação aos dos anos 1980. Porém, eles ainda se arriscam a não usar o produto. Em 1986, apenas 9% declaram usar camisinha na primeira relação, taxa que subiu para 49% em 1998. Em 2004, a proporção subiu para 53%. Os rapazes se cuidam mais do que as moças, sendo que 64% deles disseram sempre usar camisinha com parceiros eventuais. Por outro lado, apenas 45% declararam o uso do produto.

Uma outra questão é a violência, responsável pelos altos índices de mortalidade entre os adolescentes e jovens brasileiros de 15 a 29 anos, período etário considerado de alto risco quando certamente poderia ser um dos mais saudáveis do ciclo vital.

Nessa faixa etária, a pesquisa mostra que o número de homens que morrem supera o das mulheres. A alta taxa de mortalidade entre os jovens do sexo masculino, que entre 2003 e 2005 chegou a ser quase cinco vezes maior que entre as mulheres da mesma idade, se deve principalmente a uma grande exposição à violência. Entre 2003 e 2005, morreram cerca de 60 mil jovens do sexo masculino, a maior parte das mortes – 78% – foi causada por fatores externos, majoritariamente associadas a homicídios e acidentes de trânsito. Entre as mulheres, os óbitos causados por esses fatores representam 35% do total.

Folha de S.Paulo

2,4% de vagas em universidades são de cotas

Entre 2001 e 2008, foram oferecidas 7.850 vagas por ano destinadas para negros em universidades públicas, diz Ipea

Cálculo não significa que todas as vagas haviam sido preenchidas; por ano, total de vagas nas instituições públicas foi de 331 mil

Desde que a primeira universidade pública, em 2001, adotou em seu vestibular o sistema de cotas para beneficiar estudantes negros, 51.875 vagas foram reservadas para essa população, segundo estimativa feita pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) na pesquisa "juventude e Políticas Sociais no Brasil".

Neste cálculo, não estão incluídos outros estudantes beneficiados por cotas -muitas instituições também reservam vagas para alunos da rede pública e outros grupos- e não significa que todas as vagas oferecidas foram preenchidas.

Em média, foram oferecidas 7.850 vagas por ano no período de 2001 a 2008. Essas vagas representam apenas 2,4% da média de 331 mil vagas ofertadas por ano pelas instituições públicas superiores. Foram identificados no trabalho 48 instituições que adotam alguma modalidade de ação afirmativa. A estratégia mais comum é a de cotas -há 43 universidades com reserva de vagas para algum grupo.

Além de cotas, há também instituições que adotam o sistema de bonificação no vestibular, em que não é definido um percentual de vagas reservadas. Nele, estudantes recebem pontuação adicional nos exames por serem negros, alunos de escolas públicas ou outro grupo privilegiado pelo sistema.

O trabalho do Ipea faz também um rápido balanço de quatro estratégias diferentes adotadas no Brasil: a da UnB, da Universidade Federal do Paraná, da Federal da Bahia e da Unicamp. No caso da UnB, por exemplo, é destacado o fato de o percentual de negros ter aumentado de 2% para 13% de 2004 a 2006 e de seu desempenho acadêmico ser muito próximo ao dos demais alunos.

Correio Braziliense

Falta de estudo é obstáculo

De acordo com levantamento do Ipea, menos da metade dos jovens entre 15 e 17 anos está no ensino médio, onde deveria. Baixa escolaridade prejudica conquista de espaço no mercado de trabalho

Mariano, de 17 anos, que já perdeu as contas de quantas vezes repetiu de ano, reclama da escola

A dificuldade dos jovens brasileiros de conseguir emprego é reflexo da baixa escolaridade. Aos 17 anos, Mariano do Nascimento Santos está na escola, mas bem longe do ensino médio, nível que deveria freqüentar, pela idade. O rapaz cursa a 5ª série do ensino fundamental numa escola pública do Lago Norte. Este ano, entrou para a classe de aceleração e faz as aulas à noite. Mariano confessa que nem se lembra mais de quantas vezes repetiu o ano. "Eu bagunçava muito. Não gosto de escola mesmo. Os professores não sabem ensinar e a estrutura é péssima", reclama. Mariano vive com a família numa casa simples do Varjão. Trabalha sem carteira assinada, colocando faixas pela cidade. Pelo serviço, que consome cinco horas e meia do seu dia, ganha um salário mínimo. Ele não pensa em ingressar na universidade. "Quero, no máximo, terminar o ensino médio", diz.

Assim como Mariano, 82% dos jovens entre 15 a 17 anos freqüentam a escola, mas menos da metade cursa o ensino médio. O dado é da pesquisa juventude e políticas sociais no Brasil. Divulgado ontem pelo Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea), o estudo mostra também que 34% dessa faixa etária não concluiu o ensino fundamental e, pior, 18% estão fora da escola. "Gera um problema lá na frente quando eles forem adultos", observa a pesquisadora Luseni Aquino, que coordenou o estudo.

Algumas indicações de como solucionar o problema podem sair do estudo, informa ela. "A pesquisa mostra onde estão sendo feitas coisas interessantes", diz. Luseni ressalta o programa Segundo Tempo, do Ministério do Esporte. "Tem como estratégia prevenir que o jovem fique sem atividade e exposto à violência e acaba influenciando no interesse pelos estudos. Proporcionar atendimento dentro do espaço educacional aproxima eles (os jovens) da escola."

O analfabetismo é um fantasma que insiste em rondar a educação. De acordo com o levantamento do Ipea, 4,7% dos jovens do país entre 25 e 29 anos são analfabetos, no Nordeste, a proporção sobe para 11,6%. Nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, no entanto, a falta de letramento entre os jovens de 15 a 24 anos tornou-se um problema residual, com taxas em torno de 1%. "Os dados vão servir para o governo refletir sobre como trata e deixa de tratar a juventude e para que a sociedade tenha um retrato do que dispõe e do que precisa reivindicar para melhoria da educação", avalia Luseni.

A trajetória irregular na educação e a evasão escolar se acentuam com a necessidade de trabalho e a falta de informação sobre métodos contraceptivos. Entre os homens, a principal motivação para a interrupção dos estudos é a oportunidade de emprego (42,2%). Entre as mulheres, a maior causa é a gravidez (21,1%). O levantamento do Ipea tem como base estudos como a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, elaborada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (Pnad/IBGE), e o Censo Escolar, do Ministério da Educação.

Maioria usa preservativo

A camisinha deixou de ser um mistério para os jovens na faixa dos 15 a 24 anos, mas pouco mais da metade (53%) faz uso do preservativo. De acordo com a pesquisa juventude e políticas sociais no Brasil, entre os que pertencem a essa faixa etária e lembram de se cuidar na hora da relação sexual, 64% são homens e 45% mulheres. Os jovens dizem que recorrem à peça, inclusive, em relações eventuais. "O índice é baixo porque a linguagem que se usa nas campanhas insiste no como se pega ou não DST e Aid. É preciso tocar em questões sociais como machismo e homofobia", observa Sérgio Nascimento, do Grupo Atitude.

A ONG visita escolas de Ceilândia para falar com estudantes do ensino fundamental e médio sobre violência e sexualidade. "De forma descontraída, a gente se aproxima dos estudantes, ganha a confiança deles e ensina como evitar o preconceito na hora da transa", afirma. Segundo Sérgio, os professores não têm segurança na abordagem do tema. O diretor adjunto do programa de DST e Aids do Ministério da Saúde, Eduardo Barbosa, admite a dificuldade de conquistar o público jovem, mas ressalta que o ministério já vem investindo em "grupos focais" para chamar a atenção do segmento. "Em junho serão lançadas ações em forma de quadrinhos e na internet, em parceria com provedores (de conteúdo) para que a comunicação se aproxime do jovem", destaca.(H


A Tarde

Desempregados: 46% são jovens

Do total de pessoas desocupadas do País, 46,6% têm entre 15 e 24 anos, revela o estudo "juventude e Políticas Sociais no Brasil", divulgado ontem pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), órgão subordinado ao ministro do Núcleo de Assuntos Estratégicos da Presidência, Roberto Mangabeira Unger. A proporção de jovens entre os desempregados é a mais alta entre os dez países analisados na pesquisa, que inclui países em estágios de desenvolvimento econômico semelhantes ao do Brasil, como Argentina (39,6%) e México (40,4%).

Desde 1985, a taxa de desemprego juvenil nacional não parou de crescer, passando de 6% para 19% em 2005 – quase o triplo do nível de desocupação dos jovens mexicanos (7%). Hoje, no Brasil, o desemprego entre aqueles que estão iniciando sua vida profissional é 3,5 vezes maior que entre os adultos com mais de 25 anos.

O índice vem aumentando desde 1990, quando a diferença entre a taxa de desemprego juvenil e a adulta era de 2,8.

O estudo destaca que os jovens que enfrentam mais dificuldade para arranjar trabalho são os de baixa escolaridade, as jovens mulheres (especialmente com filhos) e os moradores de periferia. O técnico de Planejamento e Pesquisa do Ipea, Roberto Gonzalez, destaca que muitos jovens precisam abandonar os estudos para buscar emprego devido à pobreza familiar. O problema é que essa alterantiva acaba condenando-os a atividades precár ias.

"Quem que está completando o ensino médio nem deveriam estar buscando emprego, mas procura por questão de sobrevivência.

O jovem de baixa renda acaba circulando de um emprego informal para outro e nunca consegue abandonar esse ciclo por causa da falta de escolarização", afirma Gonzalez.

Em 1985, os jovens representavam quase 60% dos desempregados brasileiros. A proporção veio caindo ao longo dos anos 90, até chegar a 43,8% em 2000, e voltou a subir para 46,6% em 2005.

Segundo Gonzalez, a diminuição do número de jovens desocupados na década passada não significou uma melhora da sua inserção no mercado de trabalho: "O que aconteceu foi o aumento do desemprego entre os adultos, e não a diminuição do desemprego entre os jovens. A situação ruim da economia na década de 90 levou à demissão dos adultos empregados. Agora a economia está crescendo e gerando postos de trabalho, mas são os mais velhos que estão sendo contratados", explicou.

Gonzalez afirma que, para reduzir a desocupação juvenil, é preciso promover simultaneamente a escolarização, a profissionalização e a ampliação do acesso ao mercado de trabalho, com políticas de incentivo a contratação de jovens. No estudo, os especialistas do Ipea destacam ainda que é "importante não restringir a atenção (das políticas públicas) apenas ao momento de entrada, e pensar em oportunidades de educação e requalificação continuada".

A pesquisa também chama atenção para a necessidade de se criar incentivos financeiros atrativos – por meio de bolsas – para evitar que os jovens abandonem cedo a escola e cursos profissionalizantes diante de empregos de curta duração. "Cursos profissionalizantes que desenvolvem habilidades específicas não solucionam o problema. A escolarização é muito importante. A maioria dos jovens brasileiros não concluiu o Ensino Médio", frisa Gonzalez.

Ainda estudando, Camila Cristina de Oliveira, de 19 anos, está à procura de emprego há dois meses. Mesmo tendo feito um curso de camareira para trabalhar em hotéis, as oportunidades não surgem. "Como não se tem experiência, não tem oportunidade. Querem mais de um ano na carteira para comprovar experiência", lamenta.

Zero Hora

Jovens são quase a metade dos desempregados

Levantamento destaca a defasagem escolar de estudantes no país

Cerca de metade dos desempregados brasileiros tem entre 15 e 24 anos. Além disso, a desocupação nessa faixa etária é 3,5 vezes maior do que entre adultos com mais de 24 anos.

Custo menor na demissão, alta rotatividade (típica dessa fase da vida) e busca de complementação de renda da família (abandonando o estudo) estão entre as razões listadas pelo estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) apresentado ontem sobre a falta de trabalho para o jovem. "Há motivos para considerar o desemprego juvenil um problema social", afirmam os especialistas Jorge Abrahão de Castro e Luseni Aquino na pesquisa "juventude e Políticas Sociais no Brasil".

Como resultado, acabam em ocupações precárias, em geral de curta duração. Para os autores, isso não seria um problema em si, caso as famílias desses jovens pudessem custear a busca por empregos melhores ou a extensão dos estudos, possibilitando sua ascensão profissional. "Infelizmente, a tendência é que o mercado de trabalho reproduza as hierarquias sociais preexistentes, confinando jovens de classe baixa em ocupações desvalorizadas e mal remuneradas", relatam.

Embora tenha constatado que o desemprego elevado nas faixas etárias entre 15 a 24 anos é um fenômeno global, o estudo ressaltou que o Brasil registra a maior proporção de desempregados jovens na população economicamente ativa, numa comparação com outros nove países (confira quadro ao lado). No Brasil, a taxa é de 46,6%, e na Alemanha, de 16,3%.

A pesquisa também destacou a distorção idade-série como um dos maiores problemas na área educacional. Quase 34% dos jovens de 15 a 17 anos ainda estão no Ensino Fundamental, quando pela idade deveriam estar cursando as séries do Ensino Médio. Na faixa de 18 a 24 anos, apenas 12% dos jovens estão no nível adequado, ou seja, o Ensino Superior, e 30% já largaram os estudos.

Ontem, o Ministério do Trabalho divulgou que nos primeiros quatro meses do ano, foram criados 71.161 empregos com carteira assinada no Rio Grande do Sul.

- Porto Alegre, Caxias do Sul, Santa Cruz do Sul e Erechim estão entre os cem municípios que mais geraram empregos, no país, em abril - disse Heron de Oliveira, superintendente regional do Trabalho no Estado.

Kzuka: Por que é difícil para o jovem arrumar emprego?

"Muitas empresas não desenvolvem corretamente ou não ouviram falar de programas de endomarketing. Elas devem puxar a gurizada de forma estimulante."

George Augusto Garcia, 23 anos, administrador de empresas

"O mercado de trabalho é muito concorrido. E o pessoal procura estagiário que já tenha experiência profissional, apesar de ser até meio irônico."

Jaqueline Brião Cardoso, 18 anos, auxiliar de escritório

"Muitas vezes, as empresas apostam em pessoas com conhecimento um pouco maior, mas sem a mesma gana e o interesse em trabalhar como aqueles que estão no meio da faculdade ou acabaram de se formar."

Rafael Santos, 24 anos, estudante de relações públicas e freelancer

"As empresas cada vez mais exigem experiências, competências, fluência de várias línguas. Fica difícil uma pessoa mais nova ter toda a bagagem, pois, para uma preparação maior, precisa de tempo e estudo."

Aline Librelotto, 19 anos, estudante de psicologia

"Nenhuma empresa que precisa de mão-de-obra qualificada escolhe jovem inexperiente, nem que seja para um cargo de pouca responsabilidade, pois eles não têm confiança no seu preparo. E o mercado é disputado."

Guto Mendes, 18 anos, estudante de publicidade e propaganda

Estado de S.Paulo

Governo retira MP que previa verba para reajuste

Pressionado pela oposição no Senado e pela decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que na semana passada mandou um recado sobre o poder da União de liberar verbas por medida provisória, o governo anunciou a retirada da MP 430 da pauta. Ela previa a liberação de crédito extraordinário de R$ 7,5 bilhões para a concessão de aumento para cerca de 800 mil servidores.

A retirada da MP 430 da pauta foi acertada pelo líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), com os líderes da oposição na Câmara e no Senado e com o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP).

Diante da insistência da oposição no Senado em manter a pauta em obstrução - oito medidas provisórias estavam trancando a pauta -, Jucá articulou o acordo com o aval do ministro das Relações Institucionais, José Múcio Monteiro.

Além da retirada da MP 430, ficou acertado o envio da proposta de crédito extraordinário por meio de projeto de lei - a ser enviado ao Congresso em caráter de urgência e com a promessa de ser apreciado na Câmara e no Senado até o dia 30 deste mês.

Projovem

Ainda foi acertada a aprovação, em caráter simbólico no Senado, de duas MPs. Uma que ampliou o programa Projovem (unificando outros seis programas) e outra que liberou a venda de bebidas alcoólicas nas estradas federais.

Na terça-feira, os senadores prometem aprovar outras seis medidas provisórias que continuam obstruindo a pauta da Casa. O mesmo compromisso de retomada de votações na Câmara foi assegurado por Chinaglia, segundo informou.

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